quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Um pecador como Davi, Pedro ou eu

Você já sentiu desapontado consigo mesmo por haver praticado algo ou se comportado de modo reprovável? Eu já. E devo admitir que não gostei da experiência. Pensando na vida dos personagens da Bíblia como Davi, Pedro e Judas, quanto a esse assunto. Davi foi chamado o "homem segundo o coração de Deus" (At.13:22). Ele deve ter se sentido miseravelmente sujo, antes de escrever o Salmo 51. Assim que o Espírito de Deus o convenceu de seu estado, deve ter provado à mesma sensação de desamparo e desproteção de Adão, quando a cobertura da glória de Deus se foi deixando-o a mercê dos efeitos devastadores do sentimento de culpa. Em estado tão deplorável, não podia dar-se ao luxo de reagir às eventuais críticas de seus "irmãos”. Pedro também teve uma história semelhante, no momento em que os olhos amorosos de Jesus o atravessaram como duas flechas, logo depois que ele o negou. "Quando o cantar do galo lhe lembrou as palavras de Cristo, surpreso e atônito pelo que acabara de fazer: Voltou-se e olhou seu mestre. Simultaneamente, Cristo olhou a Pedro e sob aquele olhar aflito em que se misturavam amor e compaixão por ele, Pedro conheceu-se. Saiu e chorou amargamente. Aquele olhar de Cristo lhe partiu o coração. Pedro chegara ao ponto decisivo e amargamente se arrependeu de seu pecado”. Se Davi e Pedro estivessem entre nós, talvez não conseguissem re-erguer-se. Temos tamanho senso de justiça que ficamos chocados ao saber do pecado de homens honrados. E então, quem sabe até com satisfação, começamos a exigir justiça e condenação do pecado na vida dos outros, se nos apercebermos de que somos tão pecadores e dependentes da graça divina quanto eles. Quando deparamos com pecados cuja gravidade nos leva a deplorar, não devemos ficar chocados. Jesus não ficou chocado diante da mulher pecadora, de Pedro, nem de Judas. "Ele não precisava de que alguém lhe desse testemunho a respeito do homem, porque ele mesmo sabia o que era a natureza humana” (Jo 2:25). Judas comportava como alguém acima de qualquer reprovação. O contraste entre a vida de Judas e a de Davi e Pedro, nós ensina algumas lições.
Um pecador como Davi, Pedro ou eu, que tenha sentido as misérias do pecado, jamais olhará para outro pecador com um olhar de menosprezo. De tanta compaixão, ele morrerá um pouquinho e sentirá um enorme desejo de ajudar aquele que errou a erguer-se. Um pecador como Davi Pedro ou eu, que tenha provado apenas um gole da taça do conhecimento da natureza humana, jamais lançará o peso adicional da censura sobre os ombros de quem já verga sob sentimentos de culpa e inadequação. Um pecador como Davi, Pedro ou eu, que tenha tido apenas um vislumbre do contraste entre a glória de Cristo e o seu próprio coração, não se afastará chocado diante dos estragos na vida de um irmão, nem lhe aumentará o sentimento de abandono ao pôr em dúvida à legitimidade de seu arrependimento.
Um ano novinho está em nossa frente. Que o Senhor nos conceda “bons olhos” para nossos irmãos de caminhada e nos dê a graça de participar, na Sua vinda, do grande grupo de pecadores redimidos que se unirão a Davi, a Pedro e a galeria da fé descrita em Hebreus 11.

(Perez, J.C, p.38)

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