sexta-feira, 9 de abril de 2010


No dia em que a flor de lótus desabrochou A minha mente vagava, e eu não a percebi. Minha cesta estava vazia e a flor ficou esquecida. Somente agora e novamente, uma tristeza caiu sobre mim. Acordei do meu sonho sentindo o doce rastro De um perfume no vento sul. Essa vaga doçura fez o meu coração doer de saudade. Pareceu-me ser o sopro ardente no verão, procurando completar-se. Eu não sabia então que a flor estava tão perto de mim Que ela era minha, e que essa perfeita doçuraTinha desabrochado no fundo do meu coração.

(Rabindranath Tagore)

terça-feira, 6 de abril de 2010

Espera
estou quase no fim do caminho me reserve para a chegada um pouco dessa tua doçura para que quando eu te beijar o gosto amargo da distância se dissolva como se nunca tivesse existido.
(Cáh Morandi)

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Separação de bens

Você fica com a razão. Eu fico com os dias ensandecidos Com o vento nos seus cabelos Com o canto final do sol No dourado da sua pele. Você fica com a verdade. Eu fico com os raios da lua Com os sussurros sem nexo Os beijos loucos, dementes Com a obsessão dos corpos. Você fica com o direito. Eu fico com as horas de gozo Com o ruído das folhas das árvores Com seus dedos tecendo anseios Na brancura do meu corpo Você fica com o que é certo. Eu fico com a incerteza Com a beleza do instante sem continuidade Com o momento perdido entre as horas Com a eternidade perdida no momento. Você fica, meu amor.
Eu sigo.

(Dalva Agne Lynch)

sábado, 3 de abril de 2010

Se tu viesse ver-me...

Nenhum dia se vai Sem que eu lembre teu nome Sem que eu te pertença infinitas vezes Sem que eu me afunde em teu amor. Cada dia é cheio dessa esperaDe que eu abra meus olhos E te encontre perto de algum céu Onde eu possa colorir teus lábios Com beijos feitos de canção Onde eu possa me prender ao teu corpo Com laços vermelhos invisíveis de paixão Sim, meu Amor nenhum dia se vaiSem esse céu que invento,Sem que eu perceba Que a única forma de te tocarÉ através das poesias Que ao entardecer te escrevo... (Càh Morandi)