segunda-feira, 5 de abril de 2010

Separação de bens

Você fica com a razão. Eu fico com os dias ensandecidos Com o vento nos seus cabelos Com o canto final do sol No dourado da sua pele. Você fica com a verdade. Eu fico com os raios da lua Com os sussurros sem nexo Os beijos loucos, dementes Com a obsessão dos corpos. Você fica com o direito. Eu fico com as horas de gozo Com o ruído das folhas das árvores Com seus dedos tecendo anseios Na brancura do meu corpo Você fica com o que é certo. Eu fico com a incerteza Com a beleza do instante sem continuidade Com o momento perdido entre as horas Com a eternidade perdida no momento. Você fica, meu amor.
Eu sigo.

(Dalva Agne Lynch)

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